Tenho certeza que ao longo da sua vida já topou alguma vez com essa típica pessoa que nunca a vimos solteira, que já passou por vários relacionamentos em um reduzido período de tempo ou que, simplesmente acaba de terminar com um namoro recente. Possivelmente nos encontramos com uma pessoa que sempre necessita estar namorando, um hábito nada saudável.
Como muitos já adivinharam, a causa dessa conduta se deve diretamente ao medo de se ficar sozinho. Essa cega necessidade em depender de alguém recebe o nome de anuptofobia segundo os psicólogos especializados.
As situações podem ser várias, pois também existem pessoas que por azar do destino terminou uma relação falida e iniciaram uma nova poucos dias depois porque, casualmente, era a pessoa adequada. No entanto, não nos enganemos, esses casos acontecem muito poucas vezes, e alguns optam por substituir seu parceiro anterior como um modo de esquecê-lo, outros fazem simples e lamentavelmente por medo da solidão.
Se começou seu relacionamento muito jovem, é possível que ao chegar em uma certa idade e ver que se encontra sozinha e isso se converte em um verdadeiro inferno que nunca enfrentou. Tem medo de estar sozinho, de escutar a si mesmo, de depender de si em todos os aspectos, e é aí que se inicia esse impulso que te incita a ter um parceiro.
O aspecto social também tem peso nessa situação em particular, especialmente se viemos de uma família ou grupo de amigos em que todos ou grande maioria dos integrantes estejam em um relacionamento, que faz com que despertamos uma certa falta de personalidade com a necessidade de tentar alcançar um determinado “status social”.
A medida que a pessoa vai crescendo e cultivando hábitos, criando enlaces como relações sérias com outras mais “superficiais”, a capacidade para conhecer sua própria solidão fica cada vez mais inviável e o medo só aumenta. É por isso que se agarram a uma pessoa que, possivelmente não estejamos gostando, utilizando ela como um instrumento emocional.
Também existe a vertente, especialmente nos últimos anos, de colecionar relações passionais que resistem ao compromisso ou a estabilidade. A atração pelo novo e o misterioso faz com que a pessoa deposite tudo em uma nova “relação” a cada certo período de tempo para abandona-la no momento em que deveria abrir seu coração.
É por isso que nunca devemos forçar certas situações em nossas vidas, e sim viver e experimentar coisas novas e seguir evoluindo, ser alguém mais seletivo e, finalmente, acabar encontrando essa pessoa que não precisamos converte-la em um pilar de cega dependência.
Aquelas pessoas que nunca podem estar sozinhas devem sua conduta e suas influências sociais e culturais errôneas, desembocando em uma espiral de baixa estima e insegurança que as incita a consumir o vazio com uma pessoa, podendo chegar a “namorar” ou simplesmente a necessidade de estar acompanhado. Mas se esquecem que sempre existe algo pior do que estar sozinho: é se sentir sozinho mesmo acompanhado.